segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O Gre-Nal, a polêmica queima da toalha e as repercussões


Não tive muito tempo para escrever por aqui nos últimos dias, mas está aí um assunto que não pode deixar de ser tratado, de preferência, com a seriedade que merece. Quem acompanho as transmissões da Nova 99 nos ouviu falar muito a respeito de todos os acontecimentos desde a tarde de ontem, mas, por escrito, não havia me manifestado ainda. De antemão já digo que só lê este artigo quem quer, certo?

O Gre-Nal de ontem começou logo cedo, com duas torcidas organizadas "se pegando" no meio da rua em plena luz do dia, num exemplo de civilidade poucas vezes visto em nossa cidade. A causa do inusitado encontro? Um toalha do Grêmio jogada e queimada em uma churrasqueira durante uma confraternização de colorados. Tão logos as fotos viralizaram nas redes sociais o fato serviu de desculpa para gremistas chegarem no local com pedras na mão e muita raiva. O que aconteceu depois nem preciso relatar, pois está nas ocorrências policiais e foi devidamente divulgada em todos os horários utilizados pelos órgãos de segurança pública.

Mais tarde, no entorno do Alceu Carvalho - e também dentro dele - a selvageria mais uma vez correu solta. Alguns dizem que tem a ver com a "importação" de torcedores de organizadas. Eu acredito nessa versão, porém acredito também que o simples fato de torcedores mais acostumados a grandes estádios não é causa exclusiva dos acontecimentos. Temos aqui também gente capaz de provocar a brigada, de tumultuar o jogo, de causar estragos e fazer confusão. Juntam-se os de casa e os de fora, a rivalidade, algumas coisas na cabeça e a fórmula perfeita para um tumulto está pronta. Pior para os cidadãos de bem, que foram ao estádio para, pasmem, ver o jogo. Sozinhos ou acompanhados de familiares e amigos eles só queriam ver o primeiro Gre-Nal do ano. Que perigo eles correram. O risco de apanhar da  Brigada em meio a uma confusão era enorme. E não por culpa da BM. Não! Eles não podem sair no meio da torcida perguntando quem é de bem e quem não é. Se fizerem isso, serão eles os atacados e apedrejados.

Nada justifica a violência. Nenhuma atitude isolada pode servir de estopim para tudo o que vimos e ninguém merece ser julgado por publicar uma foto de uma pedaço de pano queimando, seja ele azul, seja ele vermelho. Porém, uma atitude impensada e irresponsável assim, mesmo que tenha sido numa "festinha entre amigos" não pode jamais ser exposta, sob pena de "incendiar" quem já está "pegando fogo".

Por fim, ao ver fotos de um dirigente do Cruzeiro participando desse "carnaval", um dirigente experiente, braço direito do atual presidente, confesso que me chateou bastante. Todos temos nossas preferências clubísticas, torcemos, vibramos, sorrimos e choramos por nossos clubes do coração, mas algumas coisas não pode se misturar. Representar um clube publicamente significa vestir a camisa deste clube e, pelo menos por algum tempo, esquecer para quem torcemos de verdade. Quando nos colocamos na vitrine, seja como dirigente, seja como mero colaborar, o mínimo de dirigentes destes grandes clubes que vêm a Santiago esperam é que tenhamos atitudes respeitosas, jamais desrespeitosas, de insulto ou de provocação. Os reflexos disso podem ser catastróficos para a Copa, um evento com quase 30 anos de vida. Ou não passou pela cabeça de ninguém que alguém da delegação do Grêmio pode relatar à direção que "em Santiago tem dirigente do Cruzeiro queimando toalha com o escudo de uma instituição centenário para se divertir com os amigos".

Já li relatos que a tal toalha teria caído por acidente, jogada por um gremista que passava de carro pela rua ou algo do gênero. Que seja essa a versão original, mas cabe ao fotografado pedir para que não se faça foto disso e muito menos que se poste em redes sociais onde milhares de pessoas estão conectadas com frases do tipo: "queimando lixo".

E não me venham dizer que se fosse o contrário, os colorados agiriam de forma pacífica, porque não sou idiota a ponto de acreditar em algo assim.

Que fiquem os exemplos. Que as discussões geradas a partir dos incidentes de ontem sirvam de lição para que todos coloquemos a mão na consciência e façamos aquela auto-análise. Isso para que daqui uma semana, quando o clássico pode se repetir, não se repitam também essas barbaridades que fomos obrigados a presenciar.

Copa Santiago: em dia de clássicos, Inter sai como grande vencedor

Inter levou a melhor e venceu de virada o clássico que lotou o estádio Alceu Carvalho.
Foto: Ieda Beltrão/Rádio Santiago
O terceiro dia de disputas da 28ª Copa Santiago foi marcado por dois grandes clássicos do futebol brasileiro, um paulista e um gaúcho. O primeiro terminou empatado, mas o segundo, responsável por colocar mais de duas mil pessoas no Estádio Alceu Carvalho, terminou com vitória do Inter.

Goleada catarinense
Mas o dia começou com o confronto entre Avaí e Gama, em Capão do Cipó. Lá as duas equipes disputavam a liderança do grupo A. Melhor para os catarinenses, que marcaram três vezes na primeira etapa e disparam na liderança. Destaque para Santarém, autor de dois gols. Com a segunda vitória em dois jogos, o Avaí se isolou na liderança do grupo. Os catarinenses ainda não sofreram gols na competição.

Empate à paulista
A rodada da tarde foi marcada pelo encontro de dois gigantes. Estreando na competição, Palmeiras e São Paulo fizeram o primeiro clássico da noite. O jogo foi marcado pelo equilíbrio, com as duas equipes demonstrando cansaço na etapa final. Nem o gol relâmpago do palmeirense Rafael, anotado com 30 segundos de bola rolando, foi suficiente para evitar que o jogo terminasse empatado.

Inter vence Gre-Nal e se recupera
Depois de uma estreia ruim, quando perdeu para o Avaí por 2 a 0, o Internacional entrou no clássico Gre-Nal com um único objetivo: vencer. Outro resultado poderia ser desastroso para a sequência colorada na competição. O Grêmio, que também não vinha de uma boa estreia - empate com a Ponte Preta - igualmente precisava de um resultado positivo para se manter na briga direto pelo primeiro lugar do grupo. A estes ingredientes somam-se ainda a eterna rivalidade e o resultado da final do Gauchão Sub-17, onde o Grêmio conquistou o título com duas vitórias.

Com a bola rolando, o Grêmio saiu na frente, mesmo após a expulsão do goleiro Felipe, que tocou a bola com a mão fora da área logo nos primeiros minutos. A vitória colorada veio de virada e o gol que garantiu os três pontos veio em um belo chute do meia Elias, de fora da área. 

Três pontos que colocaram o Inter na terceira colocação do grupo A, com a mesma pontuação do Gama, mas saldo negativo de um gol, contra saldo zero do representante do Distrito Federal. Já o Grêmio, permanece com um ponto e pode deixar a zona de classificação em caso de vitória da Ponte Preta sobre o Atletico Santa Cruz.